SEJAM MUITO BEM VINDOS!

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Fotos do 17º Encontroo

domingo, 5 de abril de 2009



REFLEXÃO SOBRE O FILME:



O filme: “Crianças Invisíveis”, é patrocinado pelo Ministério das Relações Exteriores Italiano, com verbas revertidas para a UNICEF e o apoio da WFP, o filme traz temas como o trabalho infantil, a guerra e a criminalidade, enfatizando sem rodeios a posição negligente dos adultos e a culpa coletiva pela dramática situação exemplificada através destas pequenas histórias.



Diante de tudo que foi visto estas vidas retratadas são vivenciadas por você Educador? De que forma?



- O filme é retrato fiel da minha comunidade escolar. A grande maioria dos meus alunos convivem diretamente com a criminalidade; exemplo: orfandade cometida dentro da própria casa e na presença dos filhos por um dos membros da família, troca de tiros e facadas entre os pais tornando ambos deficientes físicos e dependentes dos cuidados dos filhos, assassinato entre pais de colegas de sala, espancamento generalizado entre os membros da família, uso de drogas coletivo que vai do bebê aos avós, abuso sexual, prostituição, agressão física, agressão verbal, agressão LETAL e crianças que garimpam o próprio sustento em luta pela sobrevivência. E que ironia! Ostentam a denominação FAMÍLIA.



Qual a importância de nós Educadores trabalharmos com todas estas diferenças, quebrando os preconceitos?



- A escola tem o papel fundamental na construção da identidade destas crianças. A criança precisa de referenciais que não deturpe os valores éticos e morais para se construir enquanto sujeito capaz de viver bem em sociedade, e o professor é um foco muito forte diante do aluno. Esta colocação vem de encontro com muitas falas de que:”a escola está sobrecarregada fazendo o papel da família.” Precisamos repensar a escola e atuar de acordo com nossas necessidades. E isto é urgente! A sociedade idealiza a família numa cultura um tanto ultrapassada. E não se estruturou para a rápida transformação. As famílias mudaram, as necessidades são outras. Nossos colegas professores, mascaram a própria realidade, pois ao constituírem família precisam se adaptar ao sistema e delegar à escola o papel de educarem seus filhos. Esquecem disto. Os professores deviam usar mais uma frase que costumo brincar no grupo. Não se pergunte a penas: E se fosse eu? A questão agora é: E se fosse o meu? Ao referirem-se aos alunos.



O que você tem a comentar, a partir da sua experiência, sobre o fato das crianças não terem mais tempo para brincadeiras e para serem crianças?



- O que falta para nossas crianças não é apenas tempo, falta espaço, falta companhia, falta troca de contato físico, falta troca de experiências, falta exemplo, falta provas concretas de como se deve ser, como fazer; somos a geração do ter, ter, ter, ter a qualquer preço estando incluso a ausência do convívio pais e filhos. Num consumismo acelerado o mais importante é ter. E o ser?........

Por que ainda encontramos no Brasil e/ou em outros lugares crianças sendo exploradas pelo trabalho, drogando-se, prostituindo-se e outras tantas fora da escola?

- Nossas crianças são filhos de uma geração de drogados. Uma grande maioria já nasce viciada. É cada vez mais comum o uso de drogas em conjunto pais e filhos, e para exemplificar: é assim como o chimarrão, o uísque, a cachacinha, a cervejinha, a maconha e todo o resto que foram aparecendo. Isto em todas as classes sociais. Os mais abastados: são chamados de dependentes químicos. Em se tratando dos pobres de periferia: cabe-lhes ainda o título de drogados, viciados e marginais. Precisamos de programas de conscientização lá na primeira infância para mudar o hábito.



Em sua Escola e/ou Instituição os adultos e/ou responsáveis são negligentes com seus educandos? De que forma? E qual é a atitude que a Escola toma frente a estes acontecimentos?



- A negligência é gritante e crescente. É comum, a criança estar sob cuidados de terceiros e os pais se ausentarem das responsabilidades com os filhos; como uma brincadeira de gato e rato, às vezes inconsciente ou involuntária ninguém toma para si a responsabilidade de impor limites. É como num jogo de sedução e disputa de poder ou atenção. A criança fica a mercê de quem da mais, mas dar o quê? Nesta geração de R$1,99, dar não é tão difícil assim e se dá tanto, tanto, tanto, que não se dá nada. Tira-se tudo, nega-se um referencial, uma identidade, um endereço, nega-se o pensar, o construir. Gera-se uma poluição ambiental, uma poluição mental, uma poluição moral. E a escola? Precisa ultrapassar os limites da sala de aula para suprir suas necessidades, porque a criança, este ser em ebulição está prestes a explodir ou implodir. E as consequências? Sabemos que temos o poder de direcioná-las se soubermos conduzir. Pena que na maioria das vezes nos faltam suportes para tanto. Somos muito carentes em assistência pedagógica, psicológica, profissional e humana. Chega de discurso, de bonito no papel, tem muito a ser feito; nossos alunos serão se fizermos acreditar serem capaz.

(Comentário de uma educadora da Mesa)


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